24 de outubro de 2011

Barclays | André Villas-Boas ganha selo "Mourinho" de coragem tática

Não pude assistir aos jogos de ontem, por isso deixo aqui esse texto que li no jornal The Guardian.

*Texto traduzido do artigo de David Pleat, do jornal The Guardian.

"Treinador praticamente deixa Chelsea sem sofrer algum perigo frente ao QPR, mesmo com 9 homens em campo, num sistema ousado que deu bastante trabalho ao Queens Park."

Ninguém poderia prever o drama que aguardava o Chelsea nesse derby local, em que se esperava uma partida mais tranquila para os visitantes. Daniel Sturridge já criava perigos pela direita no início do jogo, mas foi quando David Luiz cometeu um penalti infantil em Heidar Helguson aos 10" que a partida virou a favor dos mandantes.
Estimulado por estar vencendo, o Queens Park ganhou confiança e em um de seus avanços viu Shaun Wright-Philips apostar corrida por dentro contra José Bosingwa, que o derrubou e foi expulso pela árbitro, Chris Foy. Wright-Philips carece de sutileza tecnica, mas seu movimento de fora pra dentro pelo flanco esquerdo já era uma ameça que o Chelsea não conseguia conter mesmo quando estava com 11 em campo.
Um tempo depois, Drogba também foi expulso pelo arbitro e todos começaram a pensar que o Chelsea não teria como reagir.
Porém, os jogadores do Chelsea quase conseguiram dar a volta ao placar num segundo tempo memorável. Eles anularam sua desvantagem numérica condensando o espaço com um esforço constante e bastante empenho e, surpreendentemente, colocaram o Queens Park recuado no campo de defesa. O Chelsea arriscou em todas as oportunidades que teve e os homens de Neil Warnock (QPR) não conseguiam ajudar a si mesmos, cometendo vários erros de passe e não preservando a posse de bola ao invés de trabalhá-la e fazer o time do Chelsea correr de um lado para o outro atrás dela.

Azul = Queens Park. Amarelo = Chelsea.

Com esse sistema acima, Petr Cech fez apenas uma defesa durante todo o segundo tempo. David Luiz e Terry revesavam nas subidas ao ataque para apoiar Nicolas Anelka, que perdeu uma grande chance em um cruzamento de Ivanovic. O jogo era agitado, mas em meio ao caos o sistema de 9-homens de André Villas-Boas brilhou. Ele deixou apenas Anelka como homem de frente em campo e pediu para que seus zagueiros o apoiassem, também colocou Frank Lampard e Raul Meireles como "semi-atacantes", deixando um próximo ao outro, reduzindo a distância entre a defesa e o ataque do Chelsea. Com John Obi Mikel protegendo a retaguarda, Ivanovic e Ashley Cole jogaram como alas, quase pontas, o que deu aos visitantes várias opções de ataque ainda que estivessem com apenas 9 homens.

Por 45 minutos durante a etapa final, esse jogo pareceu como os cinco minutos finais de um jogo típico da liga no qual um time joga até a "pia da cozinha" na equipe adversária para conseguir um gol. Foi impressionante ver o Chelsea ficar tão próximo de beliscar um empate, e na derrota seu treinador mostrou a sombra de José Mourinho nos tempos de Chelsea: a de um corajoso transformador tático.

Nenhum comentário:

Postar um comentário